A capacidade máxima de produção eólica do Espírito Santo será suficiente para sustentar o consumo nacional por quatro meses a cada ano, ou seja, os ventos capixabas podem garantir até um terço da energia consumida no país.

O resultado foi apresentado pelo Atlas Eólico Onshore e Offshore, lançado na manhã desta sexta-feira (26/8), na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória. O mapa revelou que o potencial de geração estimado para o Estado é de 160 gigawatts (GW) ao ano.

A presidente da Findes, Cris Samorini, destacou que, ao longo dos últimos anos, a Findes tem liderado as discussões sobre geração de energia e mudança da matriz energética devido à importância do setor para o desenvolvimento do Estado.

Potencial eólico do ES é capaz de atender consumo de energia do país quatro meses ao ano

“O Atlas vem nos mostrar que, com a chegada de novas tecnologias, temos avançado muito no aumento da capacidade de produção e na distribuição de energia. Isso tornou a exploração de fontes renováveis mais atrativa para os investidores. No caso do Espírito Santo, temos um potencial enorme como o documento mostrou, principalmente no Sul do Estado, e estamos em discussão com empresas do setor sobre futuros investimentos”, afirmou.

O Atlas indicou que o potencial teórico estimado de geração eólica anual do Estado pode chegar a 142.080 GW offshore (em mar) e 18.307 GW onshore (em terra), para área com vento igual ou superior a 6,5m/s na altura de torres (pás eólicas) de 100 metros. Nesse cenário não há restrição de área, ou seja, ele considera que todo o território capixaba possa receber turbinas eólicas.

O secretário de Estado de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico (Sectides), Ricardo Pessanha, explicou que somando todos os cenários de produção (onshore e offshore) o Estado conseguiria, em tese, produzir energia suficiente para abastecer o Brasil durante quatro meses do ano, levando em consideração que, em 2021, o consumo nacional foi de 500.209 GWh.

O resultado foi apresentado pelo Atlas Eólico Onshore e Offshore, lançado na manhã desta sexta-feira (26/8), na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória.

“Isso, é claro, depende da exploração plena do potencial energético eólico do Estado. Estamos diante de um setor que pode mudar a realidade econômica de qualquer local e o Espírito Santo sai na frente com relação ao conhecimento e expertise em exploração offshore, pois já temos experiência com a produção e a exploração de petróleo e gás”, declarou.

O pesquisador do Instituto Senai de Tecnologia do Rio Grande do Norte, Raniele Rodrigues, explica que o Brasil tem as melhores condições climáticas do mundo para a exploração eólica onshore e, certamente, offshore. “Nos últimos 10 anos foram investidos mais de R$ 320 bilhões no país, sendo R$ 110 bilhões para construção de parques eólicos e R$ 210 bilhões para atendimento da cadeia”, apontou.

A Câmara de Comércio Brasil-Alemanha e a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) estimam que para cada megawatt de energia eólica instalada, 15 empregos diretos e indiretos sejam criados. Já a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que, até 2026, a cadeia eólica possa gerar aproximadamente 200 mil novos empregos diretos e indiretos no Brasil.