Este é um ano de eleições. E como já é de conhecimento dos nosso leitores, o Portal 27 tem uma das melhores coberturas políticas da Região Sul. E começamos o ano de 2016 falando com um dos partidos mais combativos do cenário nacional.

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O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que nasceu das insatisfações de vários ex-petistas. Foto: Wilcler Lopes/portal27

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que nasceu das insatisfações de vários ex-petistas e hoje é um partido que se considera independente. Em Guarapari o partido promete se manter nessa linha. Conversamos com o presidente, José Amaral Filho, na entrevista que você confere abaixo.

Como está a organização do PSOL para as eleições de 2016?

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“Acreditamos em formas de organização que efetivamente respeitem o eleitor/cidadão.” Foto: Arquivo pessoal.

José Amaral. Estamos nos mobilizando desde a última eleição, da qual providencialmente não participamos, pois naquela ocasião as manifestações de junho de 2013 ajudaram a impulsionar uma maior interação da população pelas políticas públicas havendo o amadurecimento e explicitação de uma série de debates que antes ficavam sob esferas restritas.

Para as próximas eleições há grande ansiedade por nosso grupo para mostrarmos nossos objetivos e ideias; acreditamos em formas de organização que efetivamente respeitem o eleitor/cidadão e traga um debate positivo e esclarecedor sobre o processo eleitoral. Por hora estamos atentos às datas de campanha, evitando expor o partido a especulações personalistas. Defendemos ideias para políticas públicas norteadas para o bem social, não em criar personalidades.

O partido terá candidato a prefeito? Como está a chapa de vereadores, pretendem coligar?

Sim, temos pré-candidatos a prefeito e a vice. Como não faremos coligação, não precisamos esperar o período de suas definições para iniciarmos a escolha de nossos pré candidatos. O partido, dentro de suas assembleias, em um processo de construção coletiva de seus programas, indicou para a chapa majoritária o nome de José Amaral para prefeito e Hélia Mara de Deus para vice-prefeita. A nossa chapa para a câmara municipal também está sendo construída em consonância com estas ideias.

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“O partido indicou para a chapa majoritária o nome de José Amaral para prefeito e Hélia Mara de Deus para vice-prefeita” Foto: Divulgação.

Disputaremos a eleição municipal com uma chapa formada sem coligações, não participando desses jogos de interesses partidários escusos que favorecem a corrupção e o desgoverno. No Brasil, hoje, os dois partidos com maior representação e que compõem a base do governo chantageiam-se, tendo com resultado uma instabilidade política que prejudica em primeira instância a população. Não cedendo à política de coligação seremos donos de nosso próprio discurso, teremos a devida legitimidade para apresentar e pôr em prática as nossas propostas para a cidade e capacidade de solucionarmos questões com maior presteza, livres de jogos de concessão. Não queremos disputar essa eleição como um Frankstein – um aglomerado de cadáveres remendados em um único ser disforme, sem identidade e sem personalidade.

O que o partido pretende trazer de colaboração para as eleições?

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“Entendemos que o processo eleitoral deve ser democrático para todos os envolvidos” Foto: Wilcler Lopes/portal27

Para o processo eleitoral em específico pretendemos buscar uma campanha que não seja de convencimento, mas de informação, respeitando a pessoa do cidadão/eleitor. A diferença é crucial, pois no primeiro modelo, o de convencimento, apela-se para o emocional do eleitor através de técnicas publicitárias, estratégias de marketing baseadas em campanhas qualitativas e práticas teatrais onde somas altíssimas de dinheiro são direcionadas para criar “espetáculos midiáticos” e pouquíssimo se fala sobre políticas públicas com a merecida objetividade e clareza.

Já no modelo informativo, privilegia-se a objetividade na abordagem do que interessa ao eleitor e este decide baseado na sua razão e no seu entendimento dos fatos, sem apelos emocionais que nublam sua visão, principalmente para vantagens medíocres de ganho pessoal. Entendemos que o processo eleitoral deve ser democrático para todos os envolvidos, principalmente para o cidadão/eleitor.

 Qual o diferencial para conquistar o eleitor?

A postura de não adotar alianças “partidárias”, é nossa garantia de não vender “lebre’ e entregar “gato’. Se direcionarmos uma determinada política pública, garantiremos não haver interferências dentro do nosso próprio grupo para a realização de nossas propostas. O PSOL se posta como um coletivo de pessoas que representam vários setores e causas sociais; todo seu quadro de filiados, pré-candidatos e apoiadores, é composto por agentes de provocação e luta social. Pessoas com um histórico de ação na cidade, a entender o mandato como um instrumento de implementação e administração das políticas públicas que a sociedade e suas instâncias de participação popular requerem.

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“O PSOL se posta como um coletivo de pessoas que representam vários setores e causas sociais” Foto: Wilcler Lopes/portal27

O PSOL é um partido novo em Guarapari, todavia composto por pessoas que lutam por uma vida digna em Guarapari desde sempre. Não governaremos para grupos, ao contrário do que vemos acontecendo no passado recente, mas para o povo de nossa cidade. Colocamos-nos como alternativa à esse molde engessado e corrupto de fazer política. O Partido Socialismo e Liberdade está em Guarapari para construir e não disputar espaços que já tem dona, a sociedade.

Qual a avaliação do partido com relação a gestão de Orly Gomes?

Não gostaríamos de personalizar esta gestão até porque ela é uma derivação da gestão de outro “político”, entre aspas mesmo, que circulou e veio ao executivo graças á salada de destinos que se tornou nosso processo político e eleitoral. Traições, sujeiras. Guarapari nunca passou por um momento tão delicado como o que passa hoje, fruto de uma série de negociatas políticas que afundou economicamente, socialmente e eticamente nossa cidade.

O grupo atual já se encontra no poder há mais de 10 anos e agora finge criar um cisma para mais uma vez enganar a população. Não podemos cair no erro de personalizar as decisões políticas; o projeto atualmente posto em Guarapari segue princípios básico de favorecimento objetivado a grupos específicos e não foi estruturado para atender às reais demandas da sociedade. Está tudo muito claro. O que temos se dizendo diferente é só mais do mesmo.