Representantes da Samarco Mineração realizaram uma coletiva de imprensa na tarde de ontem (6) na sede da unidade em Ubu, Anchieta, para falar sobre as ações que a empresa realizou até agora, visando amenizar os efeitos do rompimento da barragem de Mariana-MG.

Alexandre Souto, Gerente Geral de Estratégia, Gestão e Informação da Samarco foi quem apresentou os dados aos participantes. Depois de uma apresentação de cerca de 30 minutos, Souto abriu a reunião à perguntas. O Portal 27 esteve presente na coletiva e fez alguns questionamentos para o Gerente.

Souto explicou que a empresa não pode garantir empregos indefinidamente. Foto: João Thomazelli/Portal 27
Souto explicou que a empresa não pode garantir empregos indefinidamente. Foto: João Thomazelli/Portal 27

Portal 27 – Uma pergunta que todos querem fazer e esperam uma resposta mais contundente é sobre a manutenção de emprego dos funcionários da Samarco. Como está a situação da manutenção dos postos de trabalho?

Alexandre Souto A empresa não aguenta, indefinidamente, continuar parada pagando salários. Nós temos datas, não temos números, mas continuamos trabalhando muito forte. Nós demoramos muito tempo criando uma equipe técnica, com competência, com condição técnica, comprometida com a organização. Temos o maior respeito com as pessoas que trabalham conosco e vamos continuar nos esforçando e criando alternativas.

Agora, é claro que se a paralisação da empresa se estende por tempo indefinido, a gente não vai suportar isso eternamente. Até julho temos o lay off * e até lá estaremos estudando alternativas. Todo o esforço para preservar nossa mão de obra está sendo feito, mas nós não temos data e não temos um número para fornecer, de que não vai haver demissão.

Portal 27 – Existe uma possibilidade real da Samarco começar a diversificar a operação do porto de Ubu?

Alexandre Souto – Com certeza. Nós estamos trabalhando para isso. Nós estamos avaliando possibilidades. Nós já fizemos atividade de suporte para a Petrobrás, já fundeamos plataforma, já ajudamos em atividades offshore, tem atividades de granito, de granulado que tem indústrias no Sul do Estado.

Nós estamos sim, conversando com empresários do Espírito Santo, tentando viabilizar alternativas para utilizar nossas instalações, afinal de contas aqui no Espírito Santo não existe qualquer tipo de embargo ou impedimento. A Samarco aqui no Espírito Santo está pronta para operar a qualquer momento.

* O lay off é uma modalidade onde o contrato de trabalho do funcionário é suspenso temporariamente e ele passa a receber pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Para que o funcionário não tenha perdas, a Samarco paga um complemento, equiparando o rendimento do funcionário igual ao que era antes.

Ações da empresa desde a Tragédia de Mariana

Durante a coletiva realizada na tarde de ontem (06) em Ubu, Anchieta, a Samarco Mineração apresentou uma série de dados sobre as ações tomadas depois da Tragédia de Mariana. Entre os principais dados, estão:

  • 25 mil laudos já emitidos mostram que a qualidade da água vem apresentando melhorias contínuas.
  • Manutenção do monitoramento da qualidade da água em 118 pontos ao longo do rio Doce e nas áreas marinhas próximas à foz – 34 pontos no mar e 84 pontos no rio Doce.
  • Lay-off: 1.182 empregados fazem cursos de qualificação profissional no Espírito Santo e em Minas Gerais durante a suspensão temporária dos contratos de trabalho.
  • No dia 25 de abril, termina o prazo acertado com os sindicatos para lay-off dos funcionários. Prorrogação até 25 de junho de 2016.