O que é ser solidário? É ajudar ao próximo? É fazer o bem àqueles que necessitam? É fazer o bem, não importa a quem? Para uma aposentada do bairro Setiba, em Guarapari, solidariedade é muito mais que uma palavra. É amor incondicional ao próximo.

A história que vamos contar começa em 10 de maio deste ano. O morador de rua Paulo Roberto Silva Chaves foi encontrado caído em frente ao  portão de uma casa em Setiba. Os moradores, pensando que era apenas mais uma bebedeira, o colocaram na varanda de uma casa vazia e o deixaram lá.

No dia seguinte a aposentada Alaírdes Nascimento Santos, 67 anos, foi levar um café para ele e percebeu que o lado direito de Paulo estava paralisado. Imediatamente ela soube que algo estava errado e pediu para uma vizinha ligar par o Samu 192 e logo depois Paulo foi encaminhado para o Hospital São Lucas em Vitória pois ele teve um derrame.

A família do paciente foi encontrada no Rio de Janeiro e a mãe e uma das irmãs veio ao Espírito Santo para checar a situação. Dona Alaírdes, como era o único contato de Paulo no hospital acompanhou os parentes dele até Vitória.

“Os médicos deram alta para ele e a mãe e a irmã perguntaram se eu não poderia cuidar dele por uma semana enquanto elas preparavam um lugar para ele ficar lá no Rio. Elas me deram R$ 100 para comprar fraldas e nunca mais apareceram e nem atendem meus telefonemas”, conta Alaírdes, que é conhecida no bairro por dona Laila.

Em um ato de puro desprendimento e caridade dona Laila abrigou na sua casa um estranho doente e totalmente dependente. Mesmo com poucos recursos financeiros, ela cuida dele da melhor forma que pode. Lava suas roupas, o alimenta, conversa, tenta fazer de sua estadia ali, a mais confortável possível.

Dona Laila abrigou um estranho dentro da própria casa. foto: João Thomazelli/Portal 27
Dona Laila abrigou um estranho dentro da própria casa. Foto: João Thomazelli/Portal 27

“Peço a Deus que me dê saúde par poder continuar”

Dona Laila se emociona quando é perguntada porque está ajudando o Paulo. Com a voz embargada de emoção e as lagrimas escorrendo ela responde: “Eu não tenho coragem nem de deixar um cachorro sofrendo na rua, quanto mais um ser humano. Eu só peço a Deus que me dê saúde para eu poder continuar ajudando os outros”.

dona alaírdes dona laila
Alaírdes, mesmo com muita dificuldade, cuida de Paulo. Foto: João Thomazelli/Portal 27

Ontem (25) dona Laila procurou a promotoria de Justiça para buscar ajuda para a situação. “Por mais que eu queira ajudar, não tenho nem saúde e nem dinheiro para continuar cuidando dele. E como a família não quer saber, fui no Ministério Público pedir ajuda. Eles falaram que iam analisar o caso e que era para eu voltar na próxima semana”.

Mas ao chegar em casa ela recebeu uma ligação de uma irmã do Paulo. “Ela me agradeceu muito e disse que na próxima terça-feira vai mandar um cunhado dela vir buscar ele e levar para o Rio. Só espero que eles não desapareçam por mais dois meses”. Disse a aposentada.

Enquanto aguarda esperançosa pela ação da família do Paulo, dona Laila continua cuidando da melhor forma que pode da situação. Se alguém quiser ajudar dona Laila e Paulo, pode entrar em contato pelo número 99927-6889.

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