No verão em Guarapari é fácil você encontrar com pessoas de diversas parte do país com as mais diversas histórias. Assim também como é fácil encontrar com vendedores dos mais variados tipos de produtos, principalmente nas orlas das praias.

Na última sexta-feira, enquanto eu buscava algumas informações para escrever uma matéria em um dos quiosques que ficam entre as Praias da Areia Preta e das Castanheiras, ouvi um jovem falando algo que me surpreendeu: ele declamava uma poesia em pleno calçadão!

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A situação chamou minha atenção e me virei. Pude ver o rapaz, com uma mochila daquelas usadas em viagens e inclinado na direção de uma bela jovem sentada em uma das mesas do quiosque. Esperei que terminasse e vi que a moça mexeu na bolsa e entregou uma nota de real para ele.

Intrigado, esperei que eles terminassem a conversa seguinte e o abordei. Como bom jornalista, comecei a esquadrinhar a vida do rapaz, procurando um motivo para uma reportagem. Depois me dei conta que já tinha o mote da matéria. Tinha acabado de presenciar um ambulante que oferecia sua poesia para os outros. Que fique claro, ele não pedia nada em troca. Só perguntava se gostariam de ouvir uns versos seus.

A estudante universitária Luciana Klein ficou encantada com a poesia do jovem. Foto: João Thomazelli/Portal 27
A estudante universitária Luciana Klein ficou encantada com a poesia do jovem. Foto: João Thomazelli/Portal 27

O jovem em questão é o Igor Cunha, de 20 anos. Ele é mineiro de Belo Horizonte e há pouco mais de dois anos, já morando em São Paulo, resolveu que tinha que se mudar, e resolveu mudar seu estilo de vida e resolveu se deslocar.

Além de mochileiro por necessidade, Igor é poeta, cronista e grafiteiro. Para custear suas andanças (ele agora quer chegar à Bahia), Igor declama poesias feitas por ele mesmo para quem quiser ouvir. “Não é que eu venda a minha poesia. Em alguns casos as pessoas não me dão nada, mas percebo que elas ficam melhores depois de me ouvir”, me contou.

A moça que eu vi ouvindo os versos do poeta andante é a estudante universitária Luciana Klein. Depois de conversar com Igor, voltei à mesa onde estava Luciana e perguntei o que ela achava daquilo tudo. “Eu achei encantador. Ele tem uma energia gostosa. Nos dá uma sensação de relaxamento ouvir uma poesia assim, do nada”, explicou Luciana.

Igor, por ter sido assaltado no Rio, está sem celular, mas pode ser facilmente encontrado no Facebook. Se alguém quiser fazer contato, basta procurar por Igor Cunha Seven. Não tem erro. Boa viajem Igor, foi um prazer te conhecer.

Vejam um pouquinho do que este rapaz faz no vídeo abaixo: