No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data foi criada para homenagear as mulheres e é usada por elas para lembrar a importância de lutar por seus direitos e mais espaço na sociedade.

Em Guarapari temos diversos exemplos de mulheres que conquistaram este espaço e lutam para que outras também conquistem. Entre elas está a Edineia da Conceição Oliveira, que é presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e membro do concurso Beleza Negra. Ela participa do movimento negro apartidário há 15 anos.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Edineia da Conceição Oliveira, luta pelos direitos da mulher negra há 15 anos. Foto: Rafaela Patrício

Segundo Edineia, sua família não tem militantes, mas a violência contra a mulher despertou nela o desejo de lutar por melhores condições para as mulheres. Ela afirmou que as negras passam por mais dificuldades.

“Muitos desafios foram vencidos e são poucas conquistas comparadas aos desafios. Ainda que a mulher negra consiga entrar na universidade, vai esbarrar com o racismo. A mulher negra sofre três preconceitos, o de gênero por ser mulher, o racial por ser negra e o social porque na maioria das vezes é pobre”, disse Edineia.

Outra mulher com um importante papel na sociedade é a juíza Ângela Celestino. Ela foi advogada por 16 anos, escrivã judiciária por quatro anos e é magistrada há 18 anos. A juíza ressaltou a importância da igualdade de direitos e contou que o judiciário era um território masculino.

Segundo a juíza Ângela Celestino, até a década de 80 o judiciário era território masculino. Foto: Rafaela Patrício

“O judiciário era extremamente masculino e as mulheres começaram a atuar como juízas na década de 80, o que é um ingresso tardio.  Mas, a partir do momento da chegada das mulheres ao poder judiciário houve maior sensibilidade, maior emoção aos julgamentos, maior capacidade de força de trabalho porque nos desdobramos em diversas funções. O judiciário só ganhou comigo, com muitas outras e com aquelas que virão”, disse a magistrada. 

A delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), Francini Moresch Bergamini, é delegada há 12 anos. Ela relatou que quando prestou o concurso  para delegada das 50 pessoas nomeadas apenas seis eram mulheres. Como  exigi-se que as delegacias das mulheres sejam comandadas por delegadas, foi imposto que elas escolhessem assumir uma DEAM, já que o número de mulheres que prestavam concurso era pequeno.

“Isso mudou. No concurso de 2010 e 2012 foi quase que 50% de mulheres então está havendo uma mudança na mentalidade das pessoas que o cargo não é efetivamente masculino. Hoje tenho o prazer  de dizer que sou titular da Delegacia da Mulher por opção, gosto da matéria e tenho perfil par lidar com ela”. 

A delegada titular da DEAM, Francini Moresch Bergamini, afirmou que sofreu preconceito por parte dos colegas de profissão no início da carreira. Foto: Rafaela Patrício

Francini também contou que sofreu preconceitos dos colegas de trabalho no início da carreira porque  era mulher, jovem e loira. “Tive preconceito dos meus colegas tanto que fui testada de forma muito mais intensa do que meus colegas do sexo masculino. Houve resistência e dificuldade até porque da questão da hierarquia, mas aos poucos fui rompendo essa dificuldade e mostrei para que o que tinha vindo. Estou na delegacia de Guarapari há seis anos e não tenho nenhuma dificuldade para exercer minha profissão. Aqui nunca fui desrespeitada por um acusado ou colega”, disse a delegada.

A empresária e instagrammer, Regina Bretas conquistou quase 40 mil seguidores no instagram.

A empresária e instagrammer Regina Bretas é dona de uma loja de moda feminina há 14 anos. Há um ano ela passou a ter cerca de 40 mil seguidores no instagram mostrando o dia a dia das mulheres que trabalham fora e cuidam da casa, dos filhos e da aparência.

Ela afirmou que o mercado de trabalho é injusto porque as mulheres mesmo ocupando os mesmo cargos que os homens ainda ganham salários menores.  “Nosso maior desafio é ser mulher. O mercado exige que a gente seja competitiva igual os homens e temos que ter a dedicação e a qualificação deles. Só que também temos a segunda jornada que é ser mãe, esposa e dona de casa. Nosso grande desafio é lutar de igual para igual com uma jornada mais puxada. Mas somos muito capazes em relação a isso”, disse Regina.

 

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