Imagine um paciente com dor e rigidez nas articulações ser encaminhado pelo médico para fazer um tratamento na praia de Guarapari, no Espírito Santo. Isso pode se tornar uma realidade a partir do estudo, que será desenvolvido em 2019, sobre os efeitos das areias monazíticas em pacientes com osteoartrose do joelho. Os recursos para desenvolver a pesquisa vêm do fundo da Mobilização Capixaba pela Inovação, lançado em agosto de 2018 e operado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

A equipe que comandará o estudo é composta por professores da Universidade Vila Velha. A proposta é levar, durante 12 meses, um grupo de 75 pessoas que sofrem com a doença a ficarem expostos à radiação das areias escuras de Guarapari. Duas vezes por semana, os voluntários permanecerão com o joelho submerso na areia por 30 minutos.

A expectativa é desenvolver um tratamento inovador e destacar o potencial das praias de Guarapari para o turismo de saúde: Foto: divulgação.

Segundo a coordenadora da pesquisa, professora Denise Endringer, diversos países trabalham atualmente com o turismo de saúde, como acontece em algumas cidades insulares na Espanha. “Mesmo tendo uma quantidade de radioatividade cerca de cem vezes menor do que encontrada em Guarapari, outros locais monetizam as praias para essa atividade”, considerou.

A chamada “Cidade Saúde” apresenta uma das maiores radioatividades em praia do mundo, e um estudo recente mostrou que se trata de uma radiação benéfica à saúde. “Então, decidiu-se avaliar o efeito dessa radiação na osteoartrose de joelho, visando produzir uma inovação na oferta de serviços de saúde e validando as areias como uma possibilidade de tratamento”, explicou Denise.

Os pesquisadores farão avaliações periódicas em relação à aparência da região tratada, à dor e à rigidez descritas pelos voluntários, além de uma série de testes clínicos. Atestada a eficiência do tratamento, médicos poderão prescrever a exposição à radiação das areias monazíticas de Guarapari para aliviar os sintomas da osteoartrose.

A nova pesquisa verificará as aplicações medicinais, que vão gerar impacto social nos cuidados à saúde pública. Os resultados positivos, caso alcançados, podem fazer de Guarapari, comprovadamente, uma instância turística nessa área. Para o controle da experiência, um segundo grupo de 75 pessoas fará o mesmo procedimento, desta vez, na praia de Itapoã, em Vila Velha, local sem incidência de radiação.

Mobilização Capixaba pela Inovação

Incluindo o estudo dos efeitos da radiatividade da praia em Guarapari, a Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI) disponibiliza recursos para a inovação por meio do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec).

A MCI é composta por entidades públicas e privadas. O objetivo é discutir, desenvolver e coordenar ações do setor produtivo que estimulem a inovação no Estado, de forma a atrair negócios e gerar emprego e renda.

Os projetos contemplados foram aprovados pelo Comitê Deliberativo do Funcitec/MCI composto por representantes das secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), de Desenvolvimento (Sedes) e da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (SEAG); da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes); do Movimento Empresarial do Espírito Santo (ES em Ação); Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor (Sincades); e de três instituições de ensino e pesquisa: Universidade Federal do Espírito Santo, a Universidade Vila Velha e o Instituto Federal do Espírito Santo.

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