Durante a tarde da segunda-feira (17), uma mulher enviou diversas mensagens para nossas redes sociais, mostrando o protesto que estava sendo realizado no Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha. Segundo ela, os presidiários estariam sendo maltratados pela direção da unidade.

protesto que estava sendo realizado no Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha.

A moça, que é casada com um detento, relatou que a maioria dos presos estão sendo agredidos e tratados de forma contrária ao indicado pelos Direitos Humanos e pela Constituição Brasileira, que proíbe tortura física e psicológica.

Segundo ela, “estão batendo nos presos, jogando spray de pimenta, colocando os detentos no procedimento (procedimento de revista de celas) às 4 da manhã. A comida tá indo azeda e com água, os detentos tem 10 minutos para fazer a refeição e se passar disso não come mais, não pode reclamar se não joga gás”, afirma a mulher, que preferiu não se identificar.

Ainda de acordo com ela, “eles mandam os kits (de higiene) faltando coisas e quando algum preso reclama dizem que foram os próprios detentos que roubaram.  Tá insuportável a situação, precisamos de ajuda, e isso já vem acontecendo há dois meses, os presos ficam com medo de denunciar e sofrer represálias”, termina a moça.

Polícia acompanhou a manifestação

O protesto foi realizado durante a manhã do dia 17 e durou até o fim da tarde, contou com a presença de diversos manifestantes e da Polícia Militar, que estava garantindo a segurança do local.

Respostas. Enviamos uma demanda à Secretaria de Justiça de Estado do Espírito Santo (Sejus), que afirmou que é contra a prática da tortura, e que realiza inspeções na unidade, também deixou o número para denúncias caso alguém precise.

“A Secretaria da Justiça informa que não comunga com práticas de tortura de qualquer natureza e que tem como princípio o respeito aos direitos humanos. Denúncias de agressão cometidas nas unidades podem ser encaminhadas à Corregedoria para devida apuração dos fatos, pelo telefone 98837-0937. A Corregedoria acompanha algumas denúncias referentes a Penitenciária Estadual de Vila Velha 1, no Xuri, com diligências já realizadas. Até o momento, não foram identificados indícios de transgressão de procedimentos ou má conduta por parte do servidor citado.  Sobre a greve de fome, a Sejus reitera que um número restrito de presos aderiu ao movimento e que negocia com os mesmos e as famílias o retorno da rotina na unidade”, afirma a Secretaria.

Por João Pedro Barbosa, Estagiário