Os moradores e comerciantes de Meaípe fizeram uma manifestação em frente a orla da Praia na manhã desta sexta-feira (22), pedindo melhorias no local antes da chegada do verão. O Portal 27 esteve no local ao vivo, transmitindo o ato em nossa página no Facebook. Veja aqui
Os manifestantes estão revoltados com a demora na obra da orla, que prevê a reconstrução de muro de arrimo, calçadão da praia e um passeio para pedestres. Eles temem prejuízos neste verão, caso o serviço não fique pronto. A Prefeitura informou que as obras seguem dentro do cronograma estipulado e com relação ao muro, as obras serão retomadas, assim que o período de chuvas passar.
“Quem veio no feriado da última sexta-feira sofreu ao passar pela orla, havia uma fila de carros, pois devido as obras, só podia passar um carro por vez, a rua está intransitável e no final de semana os turistas não voltaram mais”, disse Nhozinho Mattos, comerciante.
A moradora do bairro, Tatiane Gomes, contou que além da preocupação com o verão a população quer mais respeito.
“A gente quer muito mais do que celeridade, nós precisamos de seriedade e respeito com a população de Meaípe que está abandonada”, disse.
Comerciantes já amargam prejuízos
A empresária do ramo de hotelaria, Andréia Matos, contou que no último feriado, a ocupação foi de 30%. Segundo ela, em anos anteriores o feriado era de lotação.
“O movimento praticamente acabou, no feriado nós tivemos uma certa ocupação, em torno de 30%, mas se tivesse arrumadinha a praia, teria lotado o hotel”.
Para o réveillon e carnaval, período que outros balneários comemoram lotação antecipada nos setores de hospedagens, em Meaípe está havendo desistências, contaram os comerciantes.
“Devido a situação da praia, não estamos tendo lotação nas hospedagens para o réveillon. Estamos informando aos clientes da situação da praia e eles estão desistindo de reservar”, contou Matos.
A Josi Lyrio, trabalha com locação de suítes há alguns anos e contou que os clientes do Rio de Janeiro que já eram recorrentes desistiram de alugar na Praia de Meaípe.
“Meus clientes de Itaperuna vinham todo carnaval, esse ano eles vão alugar em Piúma, por que não querem ficar na orla de Meaípe do jeito que está”, disse Josi.
Os donos de bares e restaurantes da orla, contaram que no último feriado o acesso aos estabelecimentos ficou comprometido por causa da falta de planejamento da obra.
“No último feriado, eles não arrumaram a rua para passagem de pedestres e veículos e os turistas não conseguiam chegar em nossos estabelecimentos. Foram colocados blocos em cima do passeio, atrapalhando a passagem”, disse Vinícius Brina, comerciante.
Cartazes com frases de pedido de socorro
“Prefeito por que o senhor não cobra agilidade?”
“Precisamos estar pronto para o verão”
“Do jeito que estão não, pô! O muro não sai.”
Documento será protocolado no Ministério Público
Moradores vão protocolar documento na Justiça
Por causa do prazo da obra, os moradores estão dispostos a entrar com pedido na Justiça para que a obra da orla de Meaípe fique pronta até o verão. O vereador Ademir Ademir José Gomes Júnior, o zé preto, também esteve na manifestação.
“Nós vamos preparar um documento e pedir ao Ministério Público que tome as providências para celeridade nessa obra. Nós já tentamos conversar com o prefeito e ele não nos atendeu, precisamos de respostas”.
O que diz a Prefeitura
A Secretaria Municipal de Obras Públicas (Semop) informa que o contrato para reconstrução do muro de Meaípe tem o prazo para execução de 120 dias e a previsão de conclusão encontra-se dentro do estipulado. Assim como o contrato de revitalização da orla, que tem 12 meses de duração e a previsão de conclusão também encontra-se dentro do prazo.
A obra de revitalização precisou ser aditivada em função da necessidade de drenagem num trecho dela, como foi acordado em reunião com os próprios moradores, pois algumas casas estavam abaixo do nível da rua.
No local será feito um rebaixamento de nível da rua e todo o escoamento de água será feito pelo lado do mar. Em função disso, a parte da revitalização teve que aguardar, para que a drenagem seja realizada primeiro.
Nesta sexta-feira (22) o aditivo, correspondente a drenagem, foi assinado pelo prefeito e as obras continuarão conforme cronograma.
Com relação ao muro as obras serão retomadas, assim que o período de chuvas passar.
“Não é possível trabalhar com obras que envolvem escavações e movimentação de terra com um volume de chuvas desses registrados nos últimos dias, pois tal atitude colocaria em risco todos os envolvidos inclusive a comunidade.”, disse o engenheiro e secretário adjunto da Semop, Roberto Leal Aragão.