Rodoviária pode fechar em 15 dias e empresários vão cobrar indenização à prefeitura

 

 

Após o Desembargador Jorge Henrique Valle dos Santos conceder liminar liberando o embarque e desembarque em qualquer ponto de Guarapari e a prefeitura dizer que não vai recorrer da decisão, os donos da rodoviária planejam fechar as portas em 15 dias e cobrar indenização do município, caso o contrato não seja cumprido.

”Nós temos um contrato assinado em 2011. Por força judicial o contrato não está sendo cumprido. Construímos uma rodoviária que foi projetada pela prefeitura e não inventada por nós. Ganhamos uma licitação e cumprimos com nossas obrigações, mas o município não está cumprindo com o contrato e nós ficamos no prejuízo. Agora vamos buscar nossos direitos na justiça. Vamos buscar a indenização de todo o gasto e do tempo em que a rodoviária ficou aberta”, disse o gerente do Rodoshopping Lucas Nicchio.

Mesmo com o impasse, Lucas garante que a população não sai no prejuízo com o embarque e desembarque exclusivamente da rodoviária, como foi debatido em audiências e reuniões. Segundo ele, atualmente são 2500 pessoas que usam os ônibus que fazem as linhas intermunicipais. Desse montante, 700 usam o Transcol e cerca de 1800 usa os ônibus intermunicipais.

“Através de estudos realizados, desses 1800 passageiros, apenas 800 são passageiros fixos dos ônibus intermunicipais. Esses são os moradores de Guarapari que precisam trabalhar nas cidades vizinhas. Vale salientar que esses 800 passageiros não têm o privilégio do ônibus passar na porta da casa delas. A maioria, preciso pegar um ônibus circular para ir até o ponto onde passa o intermunicipal. Para esses passageiros, a única diferença, é que ao invés de saltar no ponto, eles iriam direto para rodoviária, onde pagariam uma passagem até mais barata”, explica.

Na rodoviária, a passagem para a Grande Vitória custa R$8,55. Já para quem embarca em uma das linhas do intermunicipal no Centro de Guarapari, paga mais de R$ 12 reais. “Acredito que a população só teria a ganhar com essa mudança. É pequena a quantidade de pessoas que seriam prejudicadas. Teve pessoas que disseram que a mudança do itinerário não foi estudada, mas teve estudos sim. Estudos de mobilidade urbana. Nossa cidade não comporta mais essa quantidade de ônibus”.

300 empregos. Com a construção do Rodoshopping, Lucas Nicchio explica que os planejamentos apontavam, através das empresas que foram atraídas para se instalarem no local, que seria gerado pelo menos 300 empregos diretos, mas diante do impasse com os órgãos, a rodoviária pode fechar. “Se a situação não for revertida e o contrato não for cumprido, a rodoviária deve fechar as portas em 15 dias”, finalizou.

Município. A prefeitura informou que não foi comunicada oficialmente da decisão. Mas ressalta que trabalha dentro do respeito ao dinheiro público e lamenta que o contrato assinado em 2011 esteja causando problemas aos empresários. A prefeitura lembra que acatou uma decisão judicial.