Os idosos que sofriam maus tratos no asilo clandestinos fechado na última segunda-feira (07) já voltaram para suas casas. Na tarde de hoje a reportagem do Portal 27 esteve na clínica de recuperação de dependentes químicos onde também funcionava o asilo. O local está praticamente vazio, já que até os internos da clínica abandonaram o tratamento ou foram retirados por familiares depois da prisão do pastor Wilson, da esposa dele e do filho.

A maioria dos internos da clínica Resgatando Vidas abandonaram o tratamento. foto: João Thomazelli/Portal 27
A maioria dos internos da clínica Resgatando Vidas abandonaram o tratamento. foto: João Thomazelli/Portal 27

O irmão do pastor, Elimar Pivanti Ferreira, veio do Rio de Janeiro para cuidar do fechamento da clínica. “Antes da prisão de meu irmão, haviam 11 mulheres e 9 homens fazendo tratamento, além dos idosos. Depois da prisão, como não havia ninguém para cuidar deles, a maioria foi embora ou a família buscou”, explicou Elimar.

Ainda de acordo com o irmão do pastor, ele já havia visitado o local outras três vezes e nunca tinha presenciado nenhum tipo de maus tratos contra os idosos. “Nunca vi nada de anormal. Eu sabia que tinha idosos aqui, mas não vi nada de diferente. Não posso dizer o que acontecia aqui”, completou Elimar, que afirmou também que a clínica deverá ser fechada nos próximos dias.

Depois da prisão do pastor e de sua família, os idosos foram retirados dos quartos onde estavam presos e colocados em outra área da clínica, que apresentava melhores acomodações.

A reportagem do Portal 27 ouviu as reclamações de um dos funcionários da clínica que disse que depois da prisão dos administradores, alguns internos ficaram sem receber cuidados e medicação. Clayton Tames Moreira, 33 anos, afirmou que: “Tem uma mulher aqui que está há dois dias sem receber insulina, outra tem esquizofrenia e também está sem medicação. Como era o pastor ou a mulher que dava os medicamentos, agora está todo mundo sem remédio”, disse Clayton.

A clínica funcionava com alas masculina e feminina. Foto: João Thomazelli/Portal 27
A clínica funcionava com alas masculina e feminina. Foto: João Thomazelli/Portal 27

A prefeitura desmente a afirmação do funcionário e diz que a Setac verificou que alguns internos estavam sem receber medicação há vários dias, por determinação do próprio pastor, segundo outros funcionários da clínica.

Relembre o caso: o pastor Wilson Pivanti Ferreira, a esposa dele, Rosa Maria Ferreira, e o filho do casal, conhecido como Wilsinho, foram presos no último dia 7 de dezembro. O delegado Franco Malini, responsável pela prisão dos três, disse que vai instaurar um inquérito policial para apurar o caso. Ele disse ainda que vai procurar saber como era financiada a estadia dos idosos na clínica, pois a delegacia recebeu denúncias de que alguns empréstimos foram realizados em nome dos internos pelos administradores do asilo, mas reafirmou que as denúncias ainda precisam ser apuradas.