Uma situação que parece sem fim em Guarapari. Moradores e comerciantes da praça Philomeno Pereira Ribeiro (Itapemirim), continuam reclamando da questão dos moradores (em situação de) rua, que vivem há meses no local sem que as autoridades competentes, no caso a Secretaria Municipal de Assistência Social, consiga alguma ação realmente efetiva para a situação.
O portal 27 já fez várias matérias sobre o assunto e tem sido procurado constantemente por comerciantes e moradores da região, além de pessoas que frequentavam a praça, pedindo ajuda da nossa reportagem para que alguma coisa seja feita.
A reclamação de todos é que os moradores (em situação de) rua atrapalham os comércios, incomodam clientes, dormem nas portas, deixando tudo imundo e estão acabando com o lazer das crianças na praça.
Fezes. Segundo eles, as crianças não podem mais usar os brinquedos, o túnel da praça está inundado de urina e fezes, uma situação lastimável. Existem relatos que existe abuso de álcool e até drogas, além de brigas constantes por alguns desses moradores (em situação de) rua.
“Estamos abandonados aqui nessa praça. Eu investi um valor alto na minha loja, e não consigo trabalhar direito. Todos os dias ao chegar, eu e outros comerciantes temos que lavar as portas devido a sujeira e cheiro insuportável que fica no local. Será que alguma autoridade pode nos ajudar? Onde estão o prefeito, vereadores e o Ministério Público? Queremos alguma atitude. Precisamos de ajuda”, diz um comerciante do local que não terá seu nome divulgado.
Vai fechar. Ele ainda confessa que se continuar assim, vai fechar o comércio. “Não tenho como continuar com meu negócio com a situação desse jeito. Eu tenho um prazo para recuperar meu investimento. E pelo jeito, não vou conseguir se a coisa continuar assim”, desabafou.
Saúde Pública. Outra moradora que tem dois filhos pequenos, disse ao portal 27 que não os leva mais para a pracinha. “Essa praça acabou. Foi tomada por pessoas que estão destruindo o local sem que ninguém faça nada. Os brinquedos estão sendo destruídos, a sujeira impera. Virou um problema de saúde pública. Não vou deixar minhas crianças conviver num local que está nestas condições. Alguém precisa dar um jeito”, desabafou.
Respostas. Procuramos a prefeitura para saber quais os trabalhos têm sido feitos pelo município com relação a esses moradores (em situação de) rua, se existem relatórios de abordagens e quais intervenções têm sido feitas para mitigar o problema.
Atendimentos. A prefeitura nos enviou resposta dizendo que “O município atende atualmente em média 90 a 100 pessoas em situação de rua, lembrando que essa população é itinerante e dessa forma os dados são aproximados. Somente neste ano, a Setac realizou o recambiamento/reintegração familiar de 123 pessoas. Além disso, 57 moradores em situação de rua foram encaminhados para tratamento de dependência química”, diz uma parte de uma nota enviada a nossa redação.
Centro POP. Ainda segundo a prefeitura “A Secretaria de Trabalho, Assistência e Cidadania (Setac), informa que o município possui o Centro POP, que atende pessoas em situação de rua, criando condições para que possam exercer plenamente a sua cidadania e acesso aos seus direitos, superando a situação de rua”.
Projetos. A nota ainda diz que “O município tem realizado projetos que beneficiem a população em situação de rua como: segurança alimentar e nutricional, cursos em programas de qualificação profissional buscando acesso ao mercado de trabalho, atendimento no âmbito da saúde, com ênfase na saúde bucal dos assistidos e inserção em Unidades de Acolhimento que oferecem moradia, alimentação, trabalho e possibilidades de mudanças. O município vem conseguindo alcançar metas importantes, como no caso de sete moradores em situação de rua que neste ano retornaram à sala de aula.”
Acolhimento. Ainda de acordo com a prefeitura “O Centro POP atende de forma diurna essas pessoas com higienização, banho e roupas e alimentação, café da manhã, almoço, lanche e jantar. Temos uma abordagem social e estamos em processo de evolução, construindo a política no município. O serviço foi iniciado em 2019 e conta com Assistentes Sociais, Psicólogo, Educadores Sociais, entre outros. Os assistidos têm acolhida individual com escuta qualificada, atendimento psicossocial, participam de oficinas socioeducativas e de ressocialização. As atividades têm por intuito a reinserção familiar dessas pessoas, encaminhamento para o mercado de trabalho e tratamento em Comunidades Terapêuticas.
Doação. A prefeitura ainda fala na nota que “O município possui uma campanha de doação qualificada, para que as pessoas possam realizar doações de forma a oferecer a oportunidade dessas pessoas saírem das ruas, definido junto com o município a melhor forma de ajudar, oferecendo dignidade, cidadania e qualidade de vida. Aos interessados, favor entrar em contato por meio dos números de telefone: (27) 3362-1220 ou (27) 99987-5590.”