A crise econômica vivida atualmente no Brasil continua assustando a população. O desemprego vem deixando muita gente sem dormir. No Espírito Santo, apenas no mês de fevereiro deste ano, mais de quatro mil empregos com carteira assinada foram eliminados. Em Guarapari, a quantidade de lojas que fecharam as portas também tem chamado atenção.

carteira de trabalho
Apenas no mês de fevereiro deste ano, mais de quatro mil empregos com carteira assinada foram eliminados no Espírito Santo.

De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram eliminados 4.165 empregos com carteira assinada em fevereiro no Estado, o que representa 0,56% de redução de postos de trabalho em relação ao mês de janeiro. Somando os dois meses, houve decréscimo de 7.010 empregos celetistas (regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT).

Entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, os dados do Caged informam que 48.163 postos de trabalho foram extintos no Estado.

Lojas fechadas

Foto: Gessika Avila/Portal 27
A Dadalto do Centro informou o encerramento das atividades da unidade recentemente. Foto: Gessika Avila/Portal 27

Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), baseado em dados do Caged, mostra que 95,4 mil lojas com vínculo empregatício fecharam as portas em 2015 no Brasil. Só no Espírito Santo, mais de quatro mil estabelecimentos foram extintos, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES).

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Guarapari estima que, somente nos últimos três meses, cerca de 12 lojas no Centro e quatro em Muquiçaba foram fechadas. Um exemplo foi o encerramento das atividades da loja Dadalto do Centro, ocorrido recentemente, o que surpreendeu moradores.

Carlos Hoffman
Carlos Hoffmann pede cautela dos empresários ao fazerem novos investimentos.

O presidente do Sindicato dos Lojistas de Guarapari, Carlos Hoffmann, afirma que já são muitos pontos de lojas fechados no município, o que preocupa. Ele pede cautela dos empresários ao fazerem novos investimentos. “As demissões devem ser evitadas ao máximo. O ideal é tentar cortar custos, diminuir despesas, deixar investimentos para outra oportunidade. Os empresários também devem ter otimismo, tratar bem os clientes e tentar movimentar o comércio. Tudo com muita cautela”.

O empresário Leonardo Brandão Rocha está no ramo comercial há 20 anos e afirma que nunca passou por uma crise como a atual e conta como faz para enfrentar o problema. “Eu procuro inovar, faço promoções, invisto em mídia, procuro produtos que tenham um preço mais acessível. A gente tem que se reinventar. Está muito difícil. O desemprego está muito grande”.

Já o proprietário da Lutex, Darcy Júnior Lugão dos Santos, enfatiza que o ideal é trabalhar duro e pensar positivo. “No momento de crise você tem que continuar trabalhando. Não pode deixar o pessimismo entrar na cabeça, tem que levantar todo dia com pensamento positivo. Tem que rever toda a logística, tudo que gera custo, para adequar seu negócio ao que está vendendo. A empresa não pode parar”.