Uma adolescente de 16 anos resolveu abrir mão da própria vaidade ao raspar a cabeça para dar forças à avó no tratamento contra o câncer. O que Ana Júlia Moraes não esperava, é que grande parte da família também aderisse à ideia e, o pai e os primos também ficaram carecas.

O neto Mateus de Paula, 9, Mariluze, Ana Júlia e Rodrigo rasparam o cabelo para apoiar a matriarca no tratamento do câncer. Fotos: Roberta Bourguignon.

Há dois anos, a avó da adolescente, Mariluze de Paula, 73, descobriu um câncer no pâncreas. Na época, a aposentada passou por uma cirurgia e chegou a ficar em coma por 11 dias depois de perder parte do órgão.  

“Eu estava fazendo pilates achando que tinha um problema na coluna. Um certo dia acordei muito amarela e meu filho me levou no hospital, quando fui submetida a vários exames e uma cirurgia semanas depois. Acreditei que fosse apenas pedras na vesícula, mas depois descobri que se tratava de um câncer no pâncreas”, conta a avó.

A quimioterapia em 2015 não fez com que a aposentada perdesse os cabelos. No entanto, há dois meses, dona Mariluze foi submetida a um novo tratamento por causa dos nódulos que surgiram no pâncreas e com os medicamentos mais fortes, o cabelo começou a cair e ela resolveu rapaz.

A aposentada e a neta que teve a ideia de raspar a cabeça por amor a avó.

Alguns dias depois, Ana Júlia apareceu com a cabeça raspada, o que surpreendeu a avó. “Uma adolescente de 16 anos raspar a cabeça para dar forças a avó, me fez perder as palavras. Eu chorei muito. Ela é linda com e sem cabelo”, completou a aposentada.

Para a neta, o ato foi para encarar a doença juntos. “A decisão de raspar a cabeça não foi difícil. Minha avó é tudo na minha vida e desde que ela descobriu o câncer eu dizia que ia raspar a cabeça junto com ela. Acredito que precisamos mostrar amor em todos os momentos. Não fiz pela doença e sim por ela”, declara Ana Júlia. 

Quem deixou todo mundo careca foi o pai de Ana Júlia, filho da dona Mariluze, o professor Rodrigo de Paula, 45, e depois acabou aderindo a ideia, fazendo com os homens da família também fizesse o mesmo.

“A gente não podia ficar de fora. Foi uma atitude que partiu da minha filha e nós aderimos. Ela muito a avó dela e esse amor que estamos passando para ela é muito importante para a recuperação”, declara o professor. 

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