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Mais da metade dos funcionários que trabalham na unidade de Ubú, da Mineradora Samarco já aderiram ao Programa de Demissão Voluntária apresentada pela empresa. Até a manhã de hoje, cerca de 280 dos 523 trabalhadores que serão demitidos já haviam aceitado a proposta da mineradora.
Os dados são do Sindimetal, sindicato que representa os funcionários da Samarco no Estado. De acordo com Sérgio Guerra, q incerteza sobre o futuro da empresa é o que mais está pesando na hora do funcionário decidir.
“Muitos funcionários não sabem o que vai acontece nos próximos meses. Alguns tem medo de falência e eles sabem que quando uma empresa abre falência, o mais prejudicado é o funcionário. Várias pessoas que eu nem imaginava que iam aderir ao PDV aderiram. A maioria está com muito medo de perder esta oportunidade e depois não conseguirem os mesmos benefícios ao sair”, disse Guerra.
O representante disse que muitos empregados da Samarco o procuram com dúvidas sobre o futuro da empresa. Guerra explicou que eles se agarram à esperança de que a empresa volte a operar ainda este ano, mas ele é pessimista sobre o assunto.
“Em reuniões e conversas que tivemos sabemos que mesmo que a empresa consiga todas as licenças para operar, ainda assim existem várias etapas a serem cumpridas para que volte a produção. Acredito que é muito difícil que a Samarco volte ainda este ano”, finalizou Guerra.
PDV
No dia 15 de junho a Samarco apresentou a proposta final do Programa de Demissão Voluntária. A intensão da mineradora é desligar pelo menos 1.200 funcionários dos seus quadros, tanto das unidades de produção quanto dos escritórios.
Os funcionários têm até o dia 29 de julho para optar pela demissão voluntária.
A Samarco
A Samarco enviou uma nota esclarecendo que:
“Os sindicatos Metabase Mariana (Minas Gerais) e Sindimetal (Espírito Santo) aceitaram a proposta do Programa de Demissões Voluntárias para os empregados da Samarco. O PDV foi uma sugestão dos sindicatos para minimizar os efeitos de demissões que são necessárias devido à nova realidade da empresa.
Após realizados estudos sobre a retomada das operações, concluiu-se que, quando a Samarco for autorizada a retornar, ela irá contar com no máximo 60% da sua capacidade produtiva. Dessa forma, é preciso que a empresa faça uma redução de 1200 postos de trabalho, dos cerca de 3000 empregados das unidades em MG e ES.
A Samarco está com suas operações suspensas desde novembro de 2015. Nesse período, a empresa fez todo o possível para manter sua força de trabalho. Concedeu férias coletivas, licença remunerada e dois períodos de lay off. Mas, com a indefinição sobre a data da volta da operação e a redução da sua capacidade produtiva, a Samarco luta agora para manter 60% dos empregados.
A empresa e os sindicatos entenderam que o PDV é a melhor alternativa considerando essas circunstâncias. O prazo de adesão ao programa foi antecipado e começou no dia 24 de junho.
Entre os benefícios oferecidos pela Samarco aos que aderirem ao plano estão:
o 50% do salário para cada ano de trabalho, limitado a quatro salários;
o Valor fixo equivalente a três salários, limitado a R$ 7.500;
o Concessão plano de saúde por 6 meses após data de demissão;
o Perdão do adiantamento do PLR, que não será descontado na rescisão de contrato;
o Perdão de parte das dívidas com o plano de saúde dos empregados.
A Samarco reafirma que todo o processo de negociação com os sindicatos foi feito de forma regular e transparente, com o objetivo de minimizar os impactos do atual momento para o seu empregado. A Samarco sempre foi reconhecida no mercado pelo respeito com que trata seus empregados, relação construída ao longo dos seus 38 anos.
*reportagem atualizada às 15h30 de 06/07/2015.
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