Uma grande e forte massa de ar frio de origem polar avança sobre o Brasil durante a primeira semana de julho de 2019. De acordo com o instituto Clima tempo, entre os dias 1 e 8 de julho, o país deve sentir um resfriamento muito intenso, que ocorre poucas vezes durante um inverno. Muito provavelmente será a mais intensa de 2019 e talvez só tenhamos uma com esta força este ano.

O resfriamento desta massa de ar frio começará a ser sentido sobre o Sul do Brasil no dia 1 de julho, mas só a partir do dia 3, quarta-feira, começa a se espalhar pelo país. O pico desta onda de frio deve ser nos dias 5 e 6 de julho de 2019.

A chegada desta massa polar confere com a previsão climática feita pela Climatempo de que o frio do inverno de 2019 ficará concentrado em julho. A previsão deste resfriamento extremamente forte na primeira semana de julho não muda a previsão de que o inverno de 2019 terá poucos eventos de frio e é sob a influência de um El Niño fraco.

Temperaturas muito baixas
O frio esperado desta massa de ar polar tem potencial para provocar temperaturas negativas no Sul e próximas de 0°C no Sudeste e no Centro-Oeste. Mas o frio de 10°C poderá ser sentido na Bahia e em áreas do centro-norte de Goiás.

Os mapas mostram a projeção da temperatura prevista para às 6 horas pelo modelo de previsão atmosférica GFS (Estados Unidos), na simulação feita no dia de 30/6/19. Atenção: este valores previstos podem mudar nos próximos dias e também podem ser diferentes do que o previsto pelos meteorologistas da Climatempo. Esta simulação é apenas para mostrar como o potencial para frio intenso é grande.

Friagem na Região Norte
A friagem volta ser sentida no Acre, no sul do Amazonas e em Rondônia. Mas de forma menos intensa, o vento frio desta massa polar deve alcançar até áreas do centro-sul do Pará e do Tocantins e o interior do Nordeste.

Geada
A geada poderá se formar de maneira generalizada sobre o Sul do Brasil, atingindo Curitiba e o norte do Paraná, e em áreas do Centro-Oeste e do Sudeste. Desta vez, a geada pode ser severa em áreas do Sul e do Sudeste, com danos para a agricultura.

É possível que tenhamos geada em Mato Grosso do Sul, em muitas áreas de São Paulo, incluindo a Grande São Paulo, no centro, oeste e sul de Minas Gerais, nas áreas serranas e no sul do Rio de Janeiro. Não se poderia descartar também um risco de geada até para o sul de Goiás e a formação de geada nas áreas de grande altitude na divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo, como a serra do Caparaó.

Precipitações sólidas de inverno
O resfriamento esperado para a primeira semana de julho é muito intenso, mas além disso há fortes indicações de que poderemos ter precipitações sólidas de inverno no Sul do Brasil. Isto significa que podem ocorrer não só a neve em flocos, mas outros fenômenos como chuva congelante, chuva congela (queda de pedrinhas de gelo) chuva e neve ao mesmo tempo.

As simulações feita pelos modelos de previsão atmosférica GFS (Estados Unidos) e ECMWF (Europa) apontam para a combinação de frio intenso desde as camadas de ar próximas ao solo até níveis médios e altos da atmosfera, acima de 5000 metros, pressão do ar baixa e uma circulação de vento favorável a entrada de umidade sobre o Sul do Brasil, que são condições necessárias para a formação das precipitações de ar muito frio.

Se as condições forem confirmadas nos próximos dias, o mais provável é que a neve e outros fenômenos de precipitação de inverno ocorram nos dias 5 e/ou 6 de julho em áreas de serra do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, mas não se descarta completamente a ampliação das áreas com possibilidade de ocorrência destes fenômenos.

Chuva, raio e vento
Antes do frio intenso chegar, vários estados brasileiros terão chuva, raios e até o risco de chuva forte. O acentuado choque térmico entre o ar muito quente que predomina no Brasil e a entrada desta massa de ar frio muito forte vai gerar também condições para fortes rajadas de vento.

No decorrer da primeira semana de julho tem previsão de chuva para todos os estados da Região Sul, todos os estados do Sudeste, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, mas não se descarta a chance de chover até no Distrito Federal.

A frente fria que traz esta intensa massa de ar frio de origem polar deve provocar alguma chuva também em Rondônia, no Acre, sul do Amazonas e atinge a Bahia.