Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2017 houve um aumento de 83% na notificação dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no país. Somente no Espírito Santo, o crescimento ficou na casa dos 52% entre 2011 e 2018 de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos (MDH).
De janeiro a abril deste ano, o Estado já registrou quase 100 registros no MDH. Em todo o país, 75% da vítimas são do sexo feminino e 29% tem entre 12 e 14 anos de idade No mundo virtual, metade dos crimes denunciados foram de pedofilia. Estatísticas mundiais apontam que apenas 10% dos casos são notificados.
De autoria do vice-presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Marcelo Santos e do delegado Lorenzo Pazolini, a nova lei prevê que informações como nome, foto e características físicas dos indivíduos estariam no sistema.
O texto determina ainda que apenas pessoas condenadas e sem possibilidade de recurso constariam no registro. “É fundamental garantir ao cidadão informações a respeito da gravidade do problema e dos que praticam tal crime. Há um crescimento do número de pedófilos no nosso Estado, a importância do cadastro está em conhecê-los para evitarmos que sejam reincidentes”, analisou o deputado Marcelo Santos.
As Assembleias Legislativa dos estados de Santa Catarina e Amapá analisam matérias semelhantes. O cadastro tem o objetivo de possibilitar um ponto de partida para as investigações policiais e facilitar o monitoramento de criminosos. Quando tramitou na Assembleia, o texto foi aprovado por unanimidade.
Brasil. Já em âmbito nacional, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o Projeto de Lei da Câmara 48/2018, que cria o Cadastro Nacional de Pedófilos. A proposta segue agora para votação no Plenário do Senado.