Nesta terça-feira (21) é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down, que é uma mutação genética que faz com que a pessoa nasça com um cromossomo a mais, ou seja, com três cópias do cromossomo 21 ao invés de duas como nas demais pessoas. Justamente por essa alteração ser no cromossomo 21 que a data é celebrada no dia de hoje e a Sociedade Pestalozzi homenageou seus alunos com uma linda apresentação.

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Os professores prepararam uma manhã especial para os alunos.

A Pestalozzi completa 30 anos em agosto e atualmente tem cerca de 852 alunos e deste total 42 tem Síndrome de Down. Uma das alunas é a Michele Gomes de Souza, de 31 anos. Ela é uma das primeiras alunas da Pestalozzi e uma das mais desinibidas. “A Pestalozzi está comemorando 30 anos e este momento eu danço porque gosto muito. Já dancei Michel Jackson e canto também desde criança na igreja. Já terminei a escola e venho aqui todos os dias porque comecei aqui há muitos anos”.

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Mãe e Filha falam um pouco da vida de uma criança que já nasceu com a doença e que hoje sonha em ser professora.

A mãe de Michele, Delacy Menezes Gomes de Souza, contou que a filha frequenta a Pestalozzi desde os 2 anos e 8 meses quando a médica indicou que ela matriculasse a menina em uma escola especializada e desde então ela vem se desenvolvendo cada vez mais. “Michele é uma menina dedicada e independente. Quando vai em lugares diferentes sabe se comportar e a cada dia que passa surgem novidades e eu agradeço a Deus pelo desenvolvimento dela”.

Orgulhosa a mãe também contou a vitória da filha, que conseguiu terminar os estudos no ensino regular e agora sonha com uma faculdade. “Ela foi estudando e quando estava alfabetizada a escola me chamou e disse que poderia colocar ela em uma escola normal. Ela fez todo o ensino fundamental, depois me chamaram para que eu escolhesse entre três escolas de ensino médio. Escolhi a escola Guarapari e depois fiquei com medo dela não se entrosar com a turma, mas dois dias depois vi que os alunos abraçaram ela. Todo mundo respeitava e cuidava dela. Agora ela terminou o ensino médio e vamos ver o que ela vai fazer daqui para frente, mas se Deus quiser vamos encaminhar ela para uma faculdade para ela seguir o rumo dela”.

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Os portadores da doença se apresentaram durante a manhã.

Delacy relatou que a filha adora a instituição e agradece pelo atendimento dado aos alunos. “Ela gosta da Pestalozzi e se falar em tirar ela daqui já reclama. Graças a Deus que existe a Pestalozzi aqui em Guarapari porque se não fosse a escola, o que seria dessas crianças? Fico muito grata, falo e sempre falarei, se não fosse a dedicação da escola a gente não teria chegado onde chegou. Então acho que é uma coisa muito boa e todos os pais que tem os alunos aqui tem que se dedicar porque isso aqui é uma escola que a criança saí pronta”.

Ela também deixou uma mensagem para os pais de crianças especiais. “O que falo para todos os pais que tem o filho especial é nunca desistir, pegar firme e chamar nas horas certas. Mas também dar muito amor, carinho, dedicação e seguir em frente. Cada dia é uma novidade que surge deles e surpreende a gente. Tem gente que tem preconceito, mas isso tirei de letra e ela é uma menina que sempre foi se desenvolvendo”.

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“Queremos que nossos alunos não fiquem na Pestalozzi e sim que eles vão para o mundo e aprendam a voar”, disse a professora.

Além dos alunos com Down, a Pestalozzi atende pessoas com outras síndromes. A professora Joelma Conceição Monteiro está na instituição desde o início e relatou como o trabalho é feito. “Temos diversas atividades e procuramos trabalhar muito com o lúdico e com jogos também. Fazemos estudo de acordo com a necessidade da criança e somos orientados por psicólogos, neurologista e temos uma equipe técnica que está sempre junto conosco. Então nós somos uma grande família e toda dificuldade fazemos uma reunião para decidir o que é melhor para os alunos e contamos sempre com o apoio dos pais porque sem esse apoio fica impossível”.

A professora explica sobre as limitações dos alunos que são diferentes em cada caso.

A professora também explicou que o desenvolvimento dos alunos é diretamente ligado a participação das famílias. “Eles só precisam ser estimulados. Caso essas famílias não deem oportunidades para eles interagirem e não busquem meios para que isso aconteça aí realmente fica difícil. Mas quando eles são estimulados, como por exemplo, nossa aluna Michele eles se desenvolvem bem”.

“Queremos que nossos alunos não fiquem na Pestalozzi e sim que eles vão para o mundo e aprendam a voar, a andar com suas próprias pernas. A Pestalozzi sempre procurou fazer com que eles ficassem aqui, mas também que fossem para um ensino regular porque nós acreditamos não só no Síndrome de Down, mas também nos de outras síndromes. Sabemos que com o apoio da família e a interação escola, Pestalozzi e família com certeza esses alunos podem ter um bom desenvolvimento. Sem essa de achar que os alunos Síndrome de Down ou de outras síndromes vão ficar só na escola, não eles podem mais”, disse a professora.

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