O Radium Hotel pode virar um Spa de areias monazíticas. Essa é uma das atividades que o município pretende implantar no prédio após a realização da reforma. O secretário de Turismo, Empreendedorismo e Cultura, Edgar Bhele, afirmou que a ideia é implantar o Spa no térreo e passar as atividades que já existem para os andares superiores. Segundo ele, o Spa será administrado por uma empresa particular que será escolhida após a realização de uma licitação. 

“A gente pretende explorar essa questão da radioatividade das areias monazíticas na parte de baixo com um Spa de Areia, onde as pessoas se enterram em uma grande caixa de areia aquecida e fazer essa terapia. É chamar pessoas da iniciativa privada para investir nisso e gerar um recurso para manter o local porque isso gera um turismo voltado para terapia. Só por aí você cria uma motivação sem precisar investir muito dinheiro”.

O projeto de reforma que a prefeitura pretende realizar no Radium Hotel prevê a implantação de um Spa de areia monazítica no térreo do prédio.

Edgar explicou que o prédio pertence ao Estado e foi cedido ao município, que vai administrá-lo até 2042. Porém, não havia um regimento do uso do espaço. Este documento está sendo elaborado e só após a parte burocrática ser resolvida é que a obra terá início, por isso, ainda não existe uma previsão de quanto a reforma vai custar nem quando ela será iniciada.

Nesta quinta-feira (03) o secretário se reuniu com os usuários do prédio para explicar como será realizada a reforma. Segundo ele, todos assinaram um termo que estabelece o prazo de 30 dias para se preparem para o início das intervenções, mas não precisarão deixar o local enquanto a obra estiver sendo realizada.

Segundo o secretário de Turismo, os usuários do Radium Hotel não terão que deixar o espaço durante a obra, mas após a reforma vão ter que pagar para dar aulas no local. Foto: Rafaela Patrício

“As atividades que estão acontecendo lá vão acontecer da mesma forma. Nós vamos precisar ocupar o espaço para fazer o levantamento, tirar medida, fazer um projeto e daí fazer um cronograma de recuperação. Não vai ser uma obra de grande porte. Mas para criar condições de uso adequado do espaço, que hoje tem problema de energia, esgotamento sanitário, fornecimento de água, vazamento no telhado, piso e umidade”, explicou Edgar.

De acordo com o secretário, após a realização da obra, os usuários do espaço terão que passar a contribuir financeiramente com o município, o que não acontece atualmente. “A ideia não é inviabilizar ninguém de dar aulas nem cobrar horrores. Mas, preciso  ordenar e estar respaldado pela lei para que todas as atividades que sejam realizadas ali estejam corretas. Por essa falta de regulamentação eles não pagam nada. Muitos deles faziam melhorias. Conforme a gente fizer o levantamento vamos ver qual vai ser o custo de manter o Radium. Disso é feito um valor que terei que diluir entre as oficinas. Então pode ser que a gente chegue a conclusão que seja um valor mínimo e mais um percentual para as atividades que forem cobradas”. 

Além das já existentes, uma área de visitação contando a história do Radium Hotel será criada e a ideia é que outras atividades sejam desenvolvidas no espaço. Porém, elas só serão liberadas quando a reforma estiver pronta. Ainda de acordo com Edgar Bhele, antes que as intervenções sejam realizadas, o projeto deve ser aprovado pelo prefeito e pelo Governo do Estado.

Demolição. O secretário também ressaltou que não tem a intenção de derrubar o Radium Hotel e explicou que quando disse que ele deveria ser jogado no chão foi para se posicionar contra um antigo projeto de reforma. “No passado houve uma tentativa de realizar um projeto que iria descaracterizar completamente o Radium, um projeto de quase R$ 22 milhões. Eu estava presente na reunião e era tão absurdo o que iria ser feito que falei que se fosse para fazer isso, era melhor jogar o Radium no chão e fazer uma coisa totalmente nova que iria representar a época e criar um museu para contar a história. Isso porque não iria sobrar nada do Radium. Mas a chance de colocar o Radium no chão é zero”.

Patrimônio Afetivo. Edgar Bhele afirmou ainda que o Radium Hotel não é tombado como patrimônio histórico, mas que em 1964 passou a ser patrimônio afetivo e que por isso, pode passar por reformas autorizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ipham). “Ele é afetivo no sentido do uso porque o prédio sofreu várias intervenções ao longo dos anos, o que descaracterizou em termos de arquitetura e história. Por isso, não foi tombado como patrimônio histórico nem arquitetônico”.

Conselho de Cultura. Além da reforma do Radium Hotel, o secretário revelou que o município também está buscando criar o Conselho de Cultura e espera que ele seja criado até o final deste mês. Ele explicou que outras iniciativas de criação do Conselho não seguiram as orientações do Ministério da Cultura e por isso, não deram certo. “O Conselho de Cultura é importante para termos um Fundo de Cultura e através dele recebermos recursos federais e até mesmo de doação para poder investir nessas áreas. Ele não existe, mas já está bem avançado. O que existia era uma movimentação da criação do Conselho, mas sem a participação da prefeitura e isso é ilegal”, finalizou o secretário.

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