José Rafael Martins de Souza tem 22 anos, faz curso superior de Educação Física, faz musculação, Jiu Jitsu, Pilates e quando sobra tempo, Muay Thai.  José Rafael é um jovem bem ativo.

Mas o que mais surpreende em Rafael é que ele tem paralisia cerebral, e desde o nascimento ele tem que se esforçar muito mais que os outros para superar seus obstáculos.

“Éramos trigêmeos, mas com cinco meses de gestação, meu irmãozinho quis sair e nos levou junto. Ele nasceu morto. Meu outro irmão, com cinco dias de vida sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu também. Eu fiquei dois meses na Unidade de Tratamento Intensivo, até poder ir para casa com minha mãe”, conta Rafael.

Rafael é determinado e não deixa se vencer pelo desânimo. Foto: João Thomazelli/Portal 27
Rafael é determinado e não deixa se vencer pelo desânimo. Foto: João Thomazelli/Portal 27

A infância não foi menos difícil do que o nascimento. Mãe de José Rafael, a aposentada Verdi Martins conta que nenhuma escola queria aceitar Rafael, por causa dos problemas de locomoção que desenvolveu. “Nenhuma escola queria aceitar ele. Em uma ocasião, a diretora da escola me disse que se aceitasse ele, as outras mães tirariam seus filhos de lá”, relembra Verdi.

Mas finalmente uma escola da Praia do Morro aceitou o pequeno Rafael. Já com 17 anos ele botou na cabeça que queria cursar Educação física. Mas a família tentou tirar isso da cabeça dele.

Rafael com a mãe. "Nunca falamos que ele podia ou fazer algo". Foto: João Thomazelli/Portal 27
Rafael com a mãe. “Nunca falamos que ele podia ou não fazer algo”. Foto: João Thomazelli/Portal 27

Por sugestão da família, Rafael começou a fazer Sistemas de Informação, mas não se deu bem com o curso. Passou, então, para Ciências da Computação. “O curso já é difícil, se você não estiver interessado, fica pior ainda. Por isso não deu certo para mim”, comenta Rafael.

Mas as metas de Rafael não se resumem apenas à faculdade. “Pretendo montar a primeira equipe paradesportiva de Jiu Jitsu de Guarapari. Vou convidar atletas como eu. Pretendo competir”. Rafael já disputa campeonatos de Jiu Jitsu, mas em categorias “normais”. A intenção é participar de torneios paradesportivos.

Para explicar tanta força de vontade e determinação, a mãe de Rafael conta: “Eu sempre falei para ele que se ele quisesse alguma coisa, ele tinha que insistir. Nunca falamos que ele podia ou não podia fazer algo. Se você trata o deficiente como incapaz, ele vai crescer achando que é incapaz”, finaliza Verdi.

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