Nesta sexta-feira (13), a Comissão de Meio Ambiente da Câmara em uma reunião pública definiu que vai acionar o Ministério Público para tentar conter o corte de árvores na Prainha de Muquiçaba.

O Presidente da comissão, Thiago Paterlini, e o relator, Marcos Grijó, apresentaram  uma série de fatores, que para eles, deslegitimam o corte das árvores. Entre eles um documento afirmando que a licença para retirada das 13 árvores emitida pelo IDAF estava vencida desde o dia 07 de novembro de 2017.

A Comissão de Meio Ambiente vai acionar o MP para tentar parar com o corte de árvores. Foto: Cecília Rodrigues.

“A licença está vencida e mesmo assim houve o corte das árvores. De imediato vamos protocolizar no Ministério Público, já na segunda-feira vamos entrar com uma ação”, garantiu Thiago.

No documento levado pela comissão, a validade da licença está vencida. Foto: Cecília Rodrigues.

A Comissão convocou o vice-presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Prainha, José Augusto Caldonazzi Monjardim, que estava representando a entidade. Ele afirma que não há abaixo assinado pedindo a retirada das árvores por parte da associação, como afirmou á Secretária de Meio Ambiente, Tereza Cristina, em coletiva à imprensa.

João Augusto, vice-presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Prainha. Foto: Cecília Rodrigues.

“Não existe abaixo assinado. Pode perguntar a qualquer morador. Isso nunca foi comunicado à nos. Falar que existe abaixo assinado é mentira. Eu como vice-presidente nunca assinei nada. Nós somos a favor da reforma, mas é projeto que tem que se adequar as árvores, não as árvores se adequar ao projeto. Já houve um pedido para cortar duas figueiras, que estavam caindo em cima das pessoas e duas castanheiras próximas ao Porto do Sol que estava muito embolado, mas abaixo assinado nunca houve”, falou p vice-presidente da associação.

Para reunião também foi convocada a síndica do prédio Porto Maior, que não pode comparecer, mas Thiago Paterlini, afirmou que o condomínio não fez pedido para retirada de árvores à prefeitura.

Em entrevista ao Portal 27, a síndica, Rosângela Medeiros Costa, fala que não há um pedido oficial do condomínio. “Esse assunto nunca foi mencionado em reunião do condomínio, por parte do condomínio não foi pedido nada. Não posso responder por cada morador. Mas já fizemos várias reivindicações de melhorias para bairro e nunca fomos atendidos, agora vai falar que atendeu um pedido de moradores do condomínio como desculpa para cortar árvores? ”, questionou a síndica.

Marcos Grijó fala que retirada de árvores deveria ter sido debatida com a sociedade.  “O município em nenhum momento apresentou para a sociedade, não só naquele fato, mas no fato como um todo o projeto de paisagismo, de urbanismo, onde ele pretende fazer interferências no meio. E em especial na situação da Prainha é necessário que se apresente toda supressão que será feita e discutir isso com a sociedade, o problema é que não há um diálogo, não houve nenhum debate”, ressalta Grijó.

Thiago Paterlini fala que faltou diálogo com a sociedade.  “Quero deixar claro que a Comissão jamais será contra a urbanização, aqui é a casa do povo, o ponto de equilíbrio entre a sociedade e o executivo. Para que não aconteça isso, de forma ditatorial, querer arrancar todas as árvores da orla”, diz Thiago

O Portal 27 procurou a prefeitura, para saber sobre a questão da licença, que estria vencida, e através de nota, respondeu que a licença foi prorrogada até novembro deste ano. “A Prefeitura de Guarapari informa que a Prainha de Muquiçaba está passando por uma revitalização em toda orla. Assim como já havia sido comunicado anteriormente, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura (Semag), foram providenciadas todas as licenças necessárias, incluindo a autorização do Idaf, para essa supressão das árvores . Tais licenças possuem validade até novembro deste ano”, afirmou.

Prefeitura enviou o documento mostrando que a licença foi prorrogada.

Sobre a questão do abaixo assinado, a prefeitura afirma que possui o documento. “Tal revitalização é um desejo antigo dos morados e o município, através da Secretaria Municipal de Análise e Aprovação de Projetos (Semap) realizou todo projeto com o objetivo de atender a demanda da região. 

É importante ressaltar que a retirada de algumas árvores é um pedido antigo dos moradores da região, através da Associação de  Pescadores e  Moradores, que fez um abaixo assinado solicitando o corte, pois as raízes estavam invadindo as casas, causando prejuízos. Outras supressões estão sendo realizadas pois as árvores estão infestadas por cupim, outras estão impedindo a mobilidade no local.

É importante ressaltar que as árvores das espécies ficos e castanheiras são vegetações exóticas invasoras, passivas de supressão”, alega.

E fala ainda. “A Semag ressalta que o município possui um projeto de arborização que já está sendo colocado em prática na cidade, diversas árvores que pertencem a vegetação nativa da região estão sendo plantadas, todas elas próprias para o núcleo urbano e não apresentaram problemas futuros para nossa cidade. Inclusive, depois da conclusão das obras, outras árvores que fazem parte do projeto serão plantadas no local.

Somente na Semana do Meio Ambiente a Semag realizou o plantio de mais de mil árvores na cidade”, disse a Prefeitura.

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