Quem mora próximo à boates, casas de shows e até barzinhos no município de Guarapari, tem enfrentado um problemão com a música alta até tarde da noite. Quando o barulho passa a incomodar, a primeira ideia é ligar para o dique silêncio, mas é aí que o segundo problema começa – os moradores não são atendidos e ainda precisam suportar o som alto, sem poder fazer nada.
No último final de semana, as principais reclamações giraram em torno da Pedreira. É que o show realizado no local foi até a manhã do outro dia, e quem tentou ligar para o disque silêncio, não conseguiu. Segundo alguns moradores, as ligações feitas para o serviço chamavam até cair.
“A festa que aconteceu na Predeira estava com o som absurdamente alto. Às 2h40 da madrugada de domingo chegava com muita clareza para quem mora no Itapebussu. Nós queremos reclamar, mas o disque silêncio não atende”, disse o advogado Joadir de Souza nas redes sociais.
Barzinho na Praia do Morro. O morador da Praia do Morro Fernando Bosísio, diz não aguentar mais a música alta de um pub que abriu recentemente em frente ao seu apartamento. “Estamos vivendo um inferno desde que esse novo ambiente foi inaugurado. As bandas que tocam praticamente todos os dias da semana são bandas completas, com bateria, guitarra, baixo e outros instrumentos. Temos centenas de ligações, conversas de whatsapp com a secretária de meio ambiente, polícia militar, ouvidoria da prefeitura e o disque silêncio”, declara.
Fernando diz ainda que foi informado pelo próprio dono do imóvel, que já atendeu os funcionários do disque silêncio para realizar medições a seu pedido, e foi informado que estaria dentro dos parâmetros legais. “O curioso é que o dono do imóvel diz que já conseguiu atendimento, porém eu como reclamante nunca consegui a presença do serviço em meu favor”.
Mais uma vez. E essa não é a primeira vez que o Portal27 aborda o assunto. Há seis meses fizemos uma reportagem sobre os problemas enfrentados por moradores que tentam utilizar o disque-silêncio, mas nunca conseguem. Em muitos casos, o morador não consegue ser atendido pelo telefone do plantão, e quando é atendido, os fiscais não conseguem resolver o problema.
Procuramos a secretaria de Meio Ambiente (responsável pelo disque silêncio) para saber os motivos de tantas reclamações. A subgerente do Disk Silêncio, Isabela Lisandro Coutinho, explicou que apenas uma equipe de fiscais cuida de toda demanda da cidade e muitas das vezes eles não dão conta de atender tantos pedidos.
“Nossa equipe atende diversas reclamações diariamente e muitas vezes ela está em um ponto da cidade e tem que se deslocar para outro extremo do município para atender a uma denúncia, por isso, em alguns casos, outras ocorrências acabam sendo prejudicadas”, explicou Isabela.
A subgerente disse ainda que em vários casos, as denúncias são feitas na região rural do município onde a cobertura de celular é precária e o telefone fica sem cobertura. Mas Coutinho esclareceu que a maioria das denúncias são apuradas.
Ela nos mostrou uma pasta com centenas de chamas atendidas pela equipe o Disk Silêncio. “Estas são apenas as ocorrências de setembro a junho deste ano. Quando o cidadão não consegue fazer a denúncia através do celular do plantão, pode procurar a sede da Secretaria de Meio Ambiente ou ligar e a reclamação será anotada e averiguada”, finalizou Isabela.
Sobre um possível aumento no número de funcionários no disque silêncio, a prefeitura informou que, o concurso público da Prefeitura de Guarapari que se encontra em andamento prevê vaga e cadastro reserva para o cargo de agente fiscalização de serviço.
Vale lembrar que após os horários disponibilizados pela Prefeitura o cidadão deve acionar policiamento através do 190, por “Perturbação da Ordem Pública”, conforme DECRETO-LEI Federal Nº 3.688/41, Art. 42 e LEI Federal Nº 9.605/98, Art. 54.
LIMITES MÁXIMOS DE PRESSÃO SONORA
– Áreas residenciais: Horário diurno = 55 dB(A) / Horário noturno = 50 dB(A)
-Áreas de usos diversos: Horário Diurno = 80 db (A) / Horário Noturno = 100 db (A).
Com colaboração de João Thomazelli