Quem chega a delegacia de Guarapari para registrar uma ocorrência e é atendido pela investigadora Graciella D’ Ferraz, de 44 anos, nem imagina que por trás daquele balcão de atendimento está uma artista capixaba. É que além de policial civil, ela é cantora e já se apresentou em rede nacional.

Graciella começou a cantar profissionalmente há 23 anos e se divide entre a vida de cantora e investigadora da Polícia Civil. Foto: Arquivo Pessoal

Graciella contou que desde criança já cantava em inglês para a família e que sua carreira musical começou em 1995, quando fazia uma “canja” ao lado do irmão em uma festa e foi convidada para participar de uma banda de axé e desde então não parou mais.

Já a carreira na Polícia Civil teve início em 1998 após ela se formar em direito e passar no concurso público. A investigadora revelou que é apaixonada pelo trabalho na polícia como é pela música, mas foi por influência da mãe que escolheu a profissão. “Ela queria que eu tivesse uma profissão mais segura e depois poderia cantar e fazer o que eu quisesse. Não que eu não quisesse ser policial, mas foi influência dela”, disse Graciella.

A investigadora voltou a trabalhar na delegacia de Guarapari há um ano, mas atuou no antigo prédio do DPJ por três anos. Nessa época ela já conciliava as duas profissões e fez diversas apresentações em shows e no carnaval da cidade saúde. “Ser policial e cantora ao mesmo tempo não é fácil. Sempre foi uma correria. Às vezes tenho plantão no mesmo dia do show e tenho que trocar o plantão. Outras vezes trabalho de manhã, vou para o salão à tarde e tenho show a noite, mas sempre deu tudo certo”.

Graciella é formada em direito e investigadora da Polícia Civil há 20 anos. Foto: Arquivo Pessoal

Ela  ressaltou que sempre teve o apoio dos colegas da polícia e que de vez em quando é reconhecida por alguém na delegacia.  “As pessoas olham para mim e dizem você é cantora né. Elas me reconhecem e ficam surpresas de me ver ali”, lembra a policial.

Apesar das duas profissões serem bem diferentes, ela afirma que as duas a completam e ajudam ser uma profissional melhor. “Acho que ser cantora me alivia porque ser policial dá um certo estresse. Quando trabalhei na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente prendia pedófilos e pegava casos muitos tristes, mas chegava de noite cantava e me aliviava”.

Graciella gravou seu primeiro cd solo, em 2011, e também o hino da Polícia Civil, mas ela também já fez parte de bandas de diversos estilos como axé, forró e de baile. Atualmente ela também faz parte da banda de baile Evidance e da banda Los Penetras, que conta com mais três policiais militares. “Apesar de sermos policiais e lidarmos com as coisas ruins da vida, a gente quer sempre passar uma energia boa, o amor a música e mostrar que a gente também tem coração”, disse a  investigadora.

Los Penetras com o troféu conquistado no quadro 10 ou 1000 do Programa do Ratinho. Foto: Arquivo Pessoal

Los Penetras fez uma apresentação no Programa do Ratinho, do SBT, no dia 02 de abril, e ganhou prêmio. “A gente participou do quadro 10 ou 1000 e só ganha o prêmio máximo se todos os jurados derem mil. Nós ganhos mil de  todos os jurados e levamos o troféu para casa. Foi muito bacana porque a gente mora em um lugar pequeno, tem pouco recurso e nós mesmos temos que fazer a divulgação do nosso trabalho, mas a gente está caminhando”, afirmou a cantora.

Confira o vídeo da apresentação da banda Los Penetras no Programa do Ratinho:

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