Fruto de profundas reflexões, de sérias leituras e conversas com gente séria, há muito tempo já construímos algumas respostas para a crônica situação e pergunta, de por qual razão existe a presença de gente amadora e sem formação na gestão da coisa pública, não só na esfera municipal, mas também na cápsula estadual e nacional!?

Tradicionalmente, no solo político, percebe-se uma forte inclinação a que sejam depositados cargos de chefia em nossa sociedade, aos cuidados e mãos de boas pessoas, mas que ao longo da jornada, demonstram completa inabilidade, não possuindo cacife nem traquejo para exercer tais funções, atraindo inúmeros desconfortos e gerando comentários desconcertantes e sem precedentes.

Cargos como gerência, administração, supervisão, coordenação, secretarias, direção etc., precisam ser ocupados por pessoas piedosas, mas sobretudo, instruídas, preparadas, treinadas e com formação acadêmica aterrada para exercer essas funções.

Em outros redutos, para ocupar essas posições é exigido formação profissional, experiência de carreira solo e comprovação em carteira. É verdade, nem todo estreante é amador. Mas é preciso dar um choque de Lucidez no tema e pensar que, além do fato de muitos serem amadores, também são inabilitados profissional e academicamente falando, o que é algo inteiramente intragável.

Acreditamos, honesta e francamente, que não basta ser “gente boa” para ocupar alguns importantes cargos de liderança política. Não basta ser “legal” para gerir a coisa pública. A cartilha da sociologia reza que existe uma sede de poder gritante dentro de nós e que, por isso, nos inclinamos a dividir esse poder, tão somente, com quem está do nosso lado. Isto é, quando dividimos.

Pois, se dividimos o poder da coisa pública (objeto dessa peça), apenas com pessoas onde nós mesmos é quem vamos ditar a pauta da conversa, logo, deixa de ser uma divisão para ser uma condução. É nesse espaço de tempo que achamos que outros, que não sejam de nosso círculo social, não serão capazes de terem poder de administração, como pensamos que temos. Lerdo engano! Tem muita gente boa que não conhecemos, com formação adequada e maturidade, somente aguardando o momento oportuno de serem notados e convocados.

O que temos é um insignificante e sórdido poder de controle, administração e muito olho grande naquilo que, inclusive não é, nunca foi e jamais será nosso. Desejamos que o poder, que agora está em nossas mãos (ainda que provisoriamente) também esteja nas mãos de quem está próximo a nós e com quem temos proximidade. Isso por si só não funciona. É mais do mesmo. Autoridade sem afinidade gera superficialidade.

Tememos que outros, que possuem muitíssimo mais formação, premissa e requisito que nós, mas que não fazem parte do nosso naipe social, sejam vistos como melhores mordomos do que nós.

Então, se não desejamos largar nas mãos de terceiros, em tal caso, precisamos preceituar e estabelecer pré requisitos, como ter pessoas classicamente letradas para a ocupação de tais incumbências e funções no âmbito social. Exija-se isso! Não estamos falando de caráter. Estamos falando do político ter formação acadêmica.

Não que essa composição vá impedir de que erros sejam cometidos. Mas que seguramente diminuirão e inibirão os riscos de vacilar, de maneira expressiva e significativa. A experiência fala alto. É preciso dizer que político bom e honesto não se mede pelo nível de escolaridade nem de conhecimento. Muitos destes, mesmo tendo pouca instrução, não se sabe como eles conseguem aprender tão rapidamente fazer política suja. É surpreendente!

A maioria esmagadora de nossos lideres políticos, configura um poço de gente ineficiente e sem eficácia, mas isso não se dá por falta de bons e qualificados profissionais. Eles existem e estão aí. É por uma clara ausência de articulações que facilite a percepção e a arregimentação para perto de si, que oportunize trazer gente preparada e que saiba nos gerir de forma a nos ofertar satisfação, que vão além de nossas afinidades e gostos.

Contrário a isso, colheremos cada vez mais irritação em ver amadores nas Câmaras, nas Assembléias, no Congresso, no Senado e ocupando cargos nos ministérios e secretarias, tão somente por terem sido cabos eleitorais de candidatos que venceram as últimas eleições. A graduação é, sim, importante para o nosso desenvolvimento intelectual, moral e social. Na política não é diferente. Mas é preciso bem mais que isso também para ser um melhor profissional, um exemplo de político.

É triste temos que admitir que já temos muitos políticos com formação acadêmica, mas que também não são espelho moral para gerir a coisa pública.

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