“Perdi um dente, meu olho está todo roxo e levei três pontos na pálpebra. Fui agredida sem ter reagido. A única coisa que falei era que não tinha nada. Ou seja, se você não tem nada nessas horas você morre. Se eu não tivesse o celular para entregar, ele teria atirado no meu rosto. Os dois estavam transtornados e pela atitude estavam drogados”, desabafou a protetora de animais Meg Forsch, de 37 anos.

Meg foi agredida durante um assalto no ponto de ônibus na Praia Central, no Centro de Anchieta, por volta das oito horas da noite nesta segunda-feira (10). Ela relatou que estava aguardando o ônibus para ir até o seu abrigo de animais quando dois homens armados chegaram para cometer o crime. “Cheguei no ponto de ônibus e tinha uma garota com o celular e sua bolsa. Eu estava com meu celular escondido dentro da minha bermuda e sem bolsa nenhuma porque estava indo cuidar dos cães. Chegou um senhor que é pescador para conversar comigo e de repente eles chegaram por trás no ponto de ônibus afirmando “perdeu, perdeu”. Como eu estava sem nada nas mãos, as levantei e falei para eles que não tinha nada. Quando disse isso um deles me deu duas coronhadas no rosto”.
Ela afirmou que após agredi-la, o assaltante insistiu para que ela entregasse o que tinha com a arma apontada para seu rosto. Segundo Meg, o ladrão estava tremendo muito e com medo de levar um tiro ela decidiu entregar o telefone.
A protetora de animais disse ainda que depois de entregar o celular tentou pedir socorro. “Vi que a menina correu para um lado e o senhor para o outro. Então corri para a rua lateral do banco Bradesco porque ali passa muitos carros e tem movimento e eu ia gritar que era um assalto. Mas quando vi eles estavam correndo atrás de mim e falaram que se eu desse mais um passo iriam atirar e que não era para eu gritar. Me rendi, coloquei as mãos para cima e fiquei parada porque se eles tentassem atirar em mim, também poderiam atingir outra pessoa que estivesse passando. Depois eles correram duas quadras com a arma na mão e tiraram as camisetas, acho que para não serem reconhecidos”.

“Quando eles sumiram, voltei correndo no quarteirão e pedi socorro no supermercado, que estava fechando naquela hora. Tinha um policial à paisana lá e ele ligou para a polícia, mas não obteve resultado. Então pedi para ele ligar para Guarda Municipal e em menos de dois minutos eles já estavam lá e me levaram para o PA. Eu estava lavada de sangue porque me machucaram muito no rosto. Depois de mais de meia hora a polícia chegou no PA para fazer o boletim de ocorrência”, afirmou a protetora de animais.
Meg contou ainda que outros crimes aconteceram na região. “Ontem também aconteceu um assalto em um ponto antes no mesmo horário. Assaltaram dois casais ali e no mesmo dia assaltaram também um cadeirante na orla da praia. Levaram o celular e R$ 800,00. Todos os dias estão acontecendo assaltos em Anchieta e são de dois, três para cima”.
Policiamento.Ela também reclamou da falta de policiamento na cidade. “Em Anchieta tem só um carro de polícia rodando à noite e uns dez ou onze parados no DPJ. A Guarda Municipal é sempre a primeira a chegar e eles metem a cara atrás de bandido armado, entram no meio de mato e fazem perseguição e isso sem arma nem nada. A polícia, infelizmente, fica com os carros parados e roda um só porque não tem policial para fazer policiamento na cidade”.
O Porta 27 procurou a Secretaria Estadual de Segurança Pública para saber se realmente apenas uma viatura faz o policiamento e se falta efetivo policial em Anchieta e recebeu a seguinte resposta: “O comando do 1º Pelotão da 10ª Companhia Independente informa que o patrulhamento na região é realizado 24 horas com viaturas de Ronda Ostensiva, além de contar com o reforço das equipes da Força Tática. Informa ainda que está à disposição para atender a população e debater questões de segurança na localidade, através das reuniões do Conselho de Segurança do Município que acontecem sempre na primeira quarta-feira de cada mês ou, na sede da Companhia em horário administrativo”.
Comments are closed.