Fim de ano sempre evoca reflexões, mas esse ano talvez traga ainda mais, por ter sido totalmente atípico. Sem focar em casos específicos, olhando, de um modo geral, para o ano que passamos, o que te vem à mente? Sentimentos positivos ou negativos?

Uma “sacolejada” total nós passamos. Um ano tão intenso em emoções diversas: medo, solidão, tristeza, alegria, ansiedade, angústia. Tudo em escala aumentada. Esse misto de sentimentos pode desencadear duas reações possíveis, basicamente: pessimismo desolador ou aprendizagem otimista.

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O vírus nos colocou, a todos, indistintamente, de cara com a morte, o que, a princípio, é ruim em todos os aspectos. Expôs a fragilidade da nossa existência. E nos colocou de volta à casa. Para uns, motivo de aproximação, para outros de afastamento.

Para uns, comprar se restringiu ao estritamente necessário freando o consumismo. Para outros, consumir se tornou válvula de escape.

Para uns, o contato físico pôde ser mais valorizado. Para outros, o distanciamento foi só ampliando o gosto pelo virtual.

Para uns, a quebra da rotina foi um infortúnio; para outros, era o que faltava para se reinventar totalmente.

Para uns, o pensamento se estendeu mais ao coletivo, aos interesses comuns. Para outros, se restringiu ao “eu”, aos interesses próprios.

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Pense um pouco: para você o ano que passou foi vivido de que forma? Felicidade ou infelicidade não é acidental ou eventual. É uma decisão, uma estratégia do pensamento. Ou a doença passa ou eu passo. Se a doença passa, ótimo. Se eu passo, não sinto mais nada. Então, se torne gestor daquilo que passa por você. Entenda que a sua forma de perceber define todo o seu estado de ânimo. Mude a sua forma de perceber, se está infeliz. Entre no processo dialético: “mudar, mudar-se”. Se reinvente. Torne-se a sua própria obra prima, se construa um passo de cada vez.

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Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Busque, então, uma vida que valha a pena, apesar do vírus, apesar do mundo líquido e superficial em que vivemos. Não espere que tudo esteja bem para ser feliz. Escolha ser feliz, olhando para o que tem de bom ao seu redor.

Por Marleidi Mocelin
Psicóloga
Clínica Psicomedic – Guarapari – ES