Após a invasão de terrenos no loteamento próximo ao bairro Coroado na semana passada, hoje a empresa proprietária do terreno conseguiu uma vitória na justiça.
A justiça expediu um mandado de reintegração de posse em favor do proprietário da área onde fica o “loteamento Independência” em Guarapari, em que desde a semana passada, cerca de 550 famílias demarcaram terrenos e invadiram o loteamento.
Hoje dois oficiais de justiça, juntamente com representantes da prefeitura e cinco viaturas da Polícia Militar foram até o local.
De acordo com o capitão Lorencini da PM, que deu apoio na operação, hoje o objetivo foi informar aos ocupantes, que existia um documento de reintegração de posse. “Foi feito uma reunião na rua, onde divulgamos e mostramos o documento para as pessoas. Foi solicitado que eles saíssem dali em no máximo uma semana, porque o proprietário vai limpar os terrenos”, explicou.

Ainda de acordo com o capitão durante reunião houve um pequeno tumulto em que três pessoas acabaram detidas.“Uma das pessoas estava com dois facões na mão, na iminência de agir contra a polícia e desobedeceu a ordem de jogar os facões no chão. E foi apreendido ainda um menor que esvaziou o pneu de uma viatura”, disse. Os detidos foram conduzidos ao DPJ, mas assinaram Termo Circunstanciado (TC) e foram liberados.
Os ocupantes do loteamento vão realizar amanhã cedo, uma reunião com um advogado, na tentativa de recorrer da decisão judicial.
Invasão. Desde a semana passada, um grupo de cerca de 550 famílias está ocupando uma área de aproximadamente 200mil metros quadrados, referente a 630 lotes, do loteamento Independência em Guarapari.
A ocupação começou a ocorrer desde a última quinta-feira, após um grupo de pessoas alegarem que o dono do local teria morrido e a área estaria inutilizável há mais de quarenta anos.

De acordo com o pescador, José Antonio Fernandes, 39 anos, as famílias da região teriam visto o local sujo e inutilizável e resolveram se apossar. “Além da sujeira, já vimos ladrões e estupradores nessa área, ficamos sabendo que o dono morreu e resolvemos invadir”, relatou José Antonio.
Ele e outros moradores formaram grupos e já estariam com uma relação de 550 famílias interessadas em ocupar os terrenos no local. As áreas já foram demarcadas por cercas improvisadas e piquetes e até placas com nomes dos proprietários foram colocadas nos lotes.
Segundo o porteiro, Valdson Pereira Lima, 34 anos antes de invadir a área, o grupo teria procurado saber se os impostos estavam pagos. “Nós detectamos que os impostos não estavam pagos, por isso resolvemos invadir e só iremos sair caso a justiça ordene e comprove que o dono pagou os impostos”, desabafou.

Uma moradora que tem imóvel no local, afirmou que foi procurada para também invadir o local. “Eles me mandaram escolher um terreno e marcar para mim. Mas eu não quis. Eu já tenho a minha casa que comprei com muito trabalho. Quero nada que é dos outros não”, afirmou.
Por Wilcler Carvalho Lopes e Rosimara Marinho.