A tomada de posição da Psicanálise no diálogo com o solo exterior aos consultórios, é de  uma rica e suma importância. Inserir a Psicanálise para além dos debates da sala de aula e bem como dos divãs dos consultórios terapêuticos, é uma questão que já deveria ter sido levantada pelos gestores há muito tempo.

Num momento conturbado, em que os valores são invertidos, e em que cada vez mais percebemos a sociedade com medo de algumas ameaças presentes no seu cotidiano, a teoria psicanalítica pode ajudar a melhorar o ambiente educacional, por exemplo. Mas isso somente pode ser feito se a mesma transcender o solo dos consultórios.

É de comum saber que a liberdade sexual está cada vez mais presente nos jovens. Sigmund Freud, o pai da Psicanálise moderna, já defendia que as crianças devem receber uma educação sexual assim que demonstrar um interesse sobre tal assunto. Mas, o mesmo terapeuta disse que a psicanálise não pode fazer o papel da educação e não pode ser considerada salvação para todos os problemas educacionais. No entanto, ela pode auxiliar sobremaneira ao ofertar um maior conhecimento do funcionamento mental e inconsciente dos sujeitos envolvidos no teatro da vida real.

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“Sigmund Freud, o pai da Psicanálise moderna, já defendia que as crianças devem receber uma educação sexual assim que demonstrar um interesse sobre tal assunto.”

O acompanhamento de um profissional da psicanálise no ambiente escolar, por exemplo, pode ajudar, e muito, na construção do indivíduo, que repele os “métodos pedagógicos de ensino”, e por isso impõe-se como pode, em muitos casos com a violência, uma vez que ainda não está pronto para argumentar e não conhece outra forma de liberar seus desejos.

Tal qual um ponto bem pequeno no verso do olho pode delatar o princípio de um sarcoma ao oftalmologista, assim um analista pedagógico experiente pode, em certas circunstâncias, reconhecer sintomas premonitórios muito importantes em coisas pequenas, às quais ninguém antes tinha considerado serem importantes, e que pedem atenção urgente. Uma paixão por uma análise que não seja necessária consideramos como uma doença de uma criança que é rapidamente curada pela experiência da psicanálise, ao ultrapassar sua esfera de atuação.

Entende-se que a psicanálise, em todo o seu compêndio dogmático, é uma teoria a ser aplicada sobre o real. Essa grande teoria que atravessou o século 20 e não perdeu a atualidade no século 21 é, antes de tudo, método de investigação sustentado por alguns pressupostos teóricos. Assim, não pode ser tomada apenas como dogmas.

Pois, na sua literalidade, ajuda-nos a observar, entender e operar sobre o mundo à nossa volta. Daí, a importância de conduzirmos a riqueza das teorias psicanalíticas para a prática do cotidiano social, ampliando as estacas de sua atuação, na clara busca de uma melhor compreensão das nuances sociais, ofertando um entendendo que não pode se restringir apenas ao terreno dos consultórios.

psicanaliseDessa forma, a psicanálise é convocada a prestar um serviço grande e indispensável à ética, à educação moral e a sociedade, num tempo marcado pela liberalidade, descontrole e um relativismo descomunal, gritante e ascendente. Tradições falsas e perigosas em torno da Psicanálise, verdadeiramente precisam ser eliminadas, mas unicamente no interesse de um bem estar social coletivo, fruto de um trabalho sério, feito por profissionais sérios.

Trazemos à sua memória, a lembrança das boas palavras do Senhor Jesus em Lucas 5.31: “Respondeu-lhes Jesus: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos.”

Sua enfermidade pode estar alojada nos porões de sua memória inconsciente. A Psicanálise é a ponte que pode lhe conduzir aos porões de sua existência, visando faxinar sua alma, no poder de Deus. Deixe-se ser analisado pela Psicanálise, assim como milhões já foram e desfrutam, hoje, de suas bênçãos permanentes.

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